Igual a todo mundo. Era como era, como sentia. O mesmo pão com margarina, o mesmo café recém-feito – as mesmas havaianas último modelo, que todo mundo usa. Uma tendência para gostar de novela (mesmo que mantivesse o aparelho de TV desligado, como uma auto-privação necessária). E a mania de dizer que lia livros. Muitos livros. Todos os best-sellers da temporada.
Era peculiar em sua definição de si como cópia carbono das cópias carbono de toda a humanidade. Não via o que merecia além – de? – do que outros, o que a fazia de uma humildade irritante.
Então ele pergunta:
- O que a faz especial?
Ela responde:
- A capacidade de me pôr em meu lugar.
Ele resolve arriscar:
- Podemos nos ver hoje, depois das dezenove horas?
Ela saltita na cadeira, animada como nunca:
- Claro, Pegador36!
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