terça-feira, abril 12, 2011

Post-mora

Quando o acaso escolher o momento de voltar

pise devagar para que a tábua do chão não se quebre

Sim, a casa está em frangalhos

as janelas são meros atalhos

para quando as portas emperram

Tente não chamar com a voz alterada

pode cair o telhado, levar ao chão as paredes

A morada se desmonta em partes

apodrece pela umidade fria

a geladeira velha e vazia

pela falta de esmero

o desespero com que forcei a barra da vida

A casa está poluída

pelo desejo errôneo de existir, que sempre vai me tomar

por isso, quando o acaso escolher o momento de voltar

pise devagar, tente não gritar, e espere

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