Quando o acaso escolher o momento de voltar
pise devagar para que a tábua do chão não se quebre
Sim, a casa está em frangalhos
as janelas são meros atalhos
para quando as portas emperram
Tente não chamar com a voz alterada
pode cair o telhado, levar ao chão as paredes
A morada se desmonta em partes
apodrece pela umidade fria
a geladeira velha e vazia
pela falta de esmero
o desespero com que forcei a barra da vida
A casa está poluída
pelo desejo errôneo de existir, que sempre vai me tomar
por isso, quando o acaso escolher o momento de voltar
pise devagar, tente não gritar, e espere
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