quinta-feira, outubro 29, 2009

Tribo

Amigos de alguns dias, sentados, olham-se a si, todos vestidos com trapos tão estranhos, tão descoordenados, que parecem fazer parte do último suspiro da moda. Indecisos, sobre o que dizer, se dizer, se calar, bebem. Um deles - o com a grande cicatriz no braço direito, aquele que parece um urso, tanto pelo, tanto tamanho – assoa o nariz no guardanapo que lhe serviram. Dois riem do descomposto homem, outros torcem suas faces em caretas escrotas. Alguém os serve de canapés, enche seus copos. É inicio da noite, e até amanheça, todos estarão bêbados e entretidos com a musica ambiente. Todos saberão as letras das canções que ninguém conhece. Logo, todos serão tão amigos quanto se se conhecessem por toda a vida.

Aquele rapaz de sorriso afável, resmunga afinado, aquém dos outros. Uma mocinha de cabelo picotado vermelho, unhas com esmalte descascado, balança no ritmo, punhos entre as coxas. Conforme a estranheza habitual é absorvida do ambiente, a cantoria murmurada ganha tons show de rock, e performances exaltadas derrubam copos; derrubam corpos. A manhã aquece-os e a mente desperta incerta, sem lembrar o que se estava fazendo ali. A noite eles voltam.

Um comentário:

Fred Paiva. disse...

nossa... oq dizer... digo nada...

bjote, amo